quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Llivro Reforma Íntima sem Martírio (Prefácio) - Ermance Dufaux - UMA PALAVRA INSPIRADORA





“Por Que não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse eu faço”. Paulo de Tarso (Romanos, 7:19)


Uma pergunta jamais deverá deixar de ser o centro de nossas cogitações nas vivências espíritas: em que estou melhorando?

Ter noções claras sobre as conquistas interiores, mesmo que pouco expressivas, e valoroso núcleo mental de motivação para a continuidade da empreitada da renovação. Por sua vez, não dar valor aos passos amealhados e permitir a expansão do sentimento de impotência e menosprezo aos esforços que já temos encetado.

Como seria justo, os irmãos na carne poderiam indagar: como adquirir então essa noção clara sobre a posição espiritual de cada um, considerando o tamponamento do cérebro físico?

A única postura que nos assegurará a mínima certeza de que algo estamos realizando em favor de nossa ascensão que idealizamos. Os obstáculos serão incessantes até o fim da existência, não nos competindo nutrir expectativas com facilidades, mas sim a coragem e o otimismo indispensáveis para vencer um desafio após o outro.

Que a esperança não desfaleça diante desse prognóstico. Nossas conquistas não podem ser edificadas na calmaria. Nossas virtudes não floresceram sem os golpes da dor que dilacera arestas e poda aos espinhos da perfeição.

Nossa palavra de ordem é recomeçar – uma palavra inspiradora.
Quantas vezes se fizerem necessárias, a nossa grande e única virtude nos áridos campos do aprimoramento íntimo é a capacidade de resistir aos apelos para a queda, jamais desistindo do ideal de libertação que acalentamos mesmo que desmotivados, aprendendo mesmo que sem objetivos definidos.
A própria reencarnação é o mecanismo divino do recomeço, da retomada.
Justo, portanto, que abracemos amorosamente os compromissos abandonados de outros tempos e aplainemos nossos caminhos tortuosos.
Em meio ao lodaçal do desânimo nasce o lírio da personalidade tenra que estamos paulatinamente cultivando. Sob o peso cruel da angústia, estamos construindo a condição imunizadora do poder mental.
Desde que não desistamos, sempre haverá uma chance para a vitória.

Prossigamos sem expectativas de angelitude que não temos como alcançar por agora.

Não ser o que gostaríamos é o mais alto preço atribuído àquele que optou pelos descaminhos do egoísmo, essa também é a maior tormenta para todos os que almejam a melhoria de si próprio. Nisso resido o drama anterior narrado por Paulo de Tarso: “Por que não faço o que quero, mas o mal que não quero esse eu faço”.

Não queremos ser mais quem fomos, mas ainda não somos quem queremos ser. Então quem somos? Isso gera uma etapa definida por profunda inaceitação com tudo na vida. Corpo, profissão, relações, afetos e mesmo os sucessos do caminho são dramaticamente abalados pela diminuição da alegria e do encanto face a essas “provas de ajustamento”.

Todavia, a lei estabelece a morte do pecado e não do pecador. Para todos é abundante a misericórdia – lei universal da piedade paternal – que assegura-nos: o amor cobre multidão de pecados.

Apesar desse ditame celeste, a dor-evolução não tem sido suportada por muitos e agravada por outros, levando-a a quadros de graves enfermidades morais e desamor a si mesmo.

Até a reforma íntima em muitos casos devido às más interpretações costumeiras, tem sido um “bordão” de autopunição e martírio penitencial.

Nesse torvelinho de conceitos e dramas psicológicos, Ermance Dufaux surge com uma palavra de conforto e discernimento aos nossos corações. Sua iniciativa nessa obra reveste-se de valorosa inspiração que trará estímulo, pacificação e luz a muitos corações encarcerados nas árduas provas do crescimento íntimo.

Analisando seus textos objetivos e lúcidos, podemos antever a utilidade da iniciativa de enviá-los a Terra. Entretanto, a despeito de sua oferenda, ela própria é primeira a declinar de sues méritos, solicitando-nos destacar que estas páginas são frutos de um conjunto de esforços de almas que laboram pela implantação do programa de valores humanos para as sociedades espíritas, cujo responsável é o nosso benfeitor Bezerra de Menezes que cumpre diretrizes superiores do Espírito Verdade.

Ressalte-se que, os casos aqui narrados vividos no Hospital Esperança, onde mourejamos juntos no serviço do bem, são indicativas preciosas colhidas diretamente de almas que viveram os dramas descritos. Assim expressamos em respeito a todos eles que permitiram de bom grado a narrativa de suas quedas ou experiência em favor do bem alheio.

Que a mensagem aqui contida seja uma palavra de recomeço e uma inspiração para a continuidade da luta íntima pela vitória do homem renovado no Cristo de Deus.

É lembrado mais uma vez o baluarte da mensagem cristã livre, destacamos que, os percalços não o cercearam em direção aos cimos. Apesar de seus conflitos ele, imbativelmente, declarou: “(...) Tornai a levantar as mãos cansadas, e os joelhos desconjuntados, e fazeis veredas direitas para os vossos pés (...)”. “E não nos cansemos de fazer o bem, porque há seu tempo ceifaremos se não houvermos desfalecido”.

Sejamos fieis e confiantes nos pequenos esforços de ascensão que temos conseguido realizar. 

Abandonemos a aflição e a ansiedade relativamente aos que gostaríamos de ser, porque somente amando o que somos encontraremos força para prosseguir. O mesmo Paulo de Tarso que declarou na angústia de suas lutas: (...) o mal que não quero esse eu faço, mais adiante, calejado pelas refregas educativas compreendeu a importância que tinha para os ofícios do bem ao afirmar: “(...) Não sou digno de ser chamado de apóstolo (...) mas pela graça de Deus sou o que sou”.

Por nossa vez, estejamos convictos de que não somos eleitos especiais para a obra a que nos entregamos, contudo, já nos encontramos dispostos a esquecermos do mal e a construir o bem que pudermos. Existe um melhor recomeço do que este?

Cícero Pereira 
Belo Horizonte MG, 9 de março de  2003
 
 
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Angústia da Pefeição - Ermance Dufaux - Livro Reforma Íntima sem Martírio


“Pode alguém, por um proceder impecável na vida atual, transpor todos os degraus da escala do aperfeiçoamento e tornar-se Espírito puro, sem passar por outros graus intermediários?”
“Não, pois o que o homem julga perfeito longe está da perfeição. Há qualidades que lhe são desconhecidas e incompreensíveis. Poderá ser tão perfeito quanto o comporte a sua natureza terrena, mas isso não é a perfeição absoluta. (...)”.
O LIVRO DO ESPÍRITO – Questão 192



Alma querida nos ideais renovadores é natural que sofras inquietação por nutrires objetivos transformadores.

Ante a penúria de teus valores, declara-te sem mérito para receber a ajuda divina perante a extensão de tuas falhas açoitas a consciência com lancinante sentimento de hipocrisia ao repetires os mesmos desvios dos quais já gostarias de não se permitir. Essa é a estrada da perfeição, não te martirizes.
Tudo isso é compreensível, parte integrante de quantos se candidatam aos serviços reeducativos de si próprios, portanto, não sejas demasiadamente severo contigo.

Sem lástimas e sem censura, perdoa-te e prossegue sempre.

Confia e trabalha cada vez mais.

Por mais causticantes as reações íntimas nos refolhos consciências, guarda-te na oração e na confiança e enriquece a tua fé nas pequenas vitórias.

A angústia da melhora é impulso para promoção. O remédio salutar para amenizá-la, é a aceitação de ti mesmo.

Aceitando-te humildemente como és e fazendo o melhor que possas, vitalizar-te-ás com mais fortes apelos interiores para continuidade do projeto de melhoria e corrigenda. Por outro lado, se te punes estarão assinando um decreto de desamor contra ti.

Afeiçoa-te com devotamente e sensatez ao exercício que te são delegados pelas tarefas renovadoras do bem, aprimorando-te em regime da vigilância e paciência.

Sem alimentar fantasias de saltos evolutivos, dá um passa atrás do outro.

Sem ansiar pela grandeza das estrelas, ama-te na condição de singelo pirilampo que esforça por fazer luz na noite escura.

Faça as pazes com tuas imperfeições. Descubra tuas qualidades, acredite nelas e coloque-as à serviço de suas metas de crescimento, essa é a formula da verdadeira transformação.

O tempo concederá valor e experiência a teus esforços, ajustando teus propósitos aos limites de tuas possibilidades, libertando-te da angústia que provém dos excessos.

Caminha um dia após o outro na certeza de que Deus te espera sempre com irrestrito respeito pelas tuas mazelas, guardando o único direito de um pai zeloso e bom que é a esperança de que amanhã seja melhor que hoje, para tua própria felicidade.

Ermance Dufaux
Livro Reforma Intima sem Martírio - -psicografia Wanderley S de Oliveira.
 
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