domingo, 19 de janeiro de 2020

Trio Maldito


  por Orson Peter Carrara

A expressão é forte, causa até um certo mal-estar e não soa bem. Mas ela reflete a realidade que ainda nos permitimos agasalhar interiormente, como pessoa humana.

A expressão foi usada pela nobre Diana, espírito de grande elevação que visitou região onde habitava Irmão X e ao conhecido repórter contou sua história. Irradiando intensa luminosidade e com muita bondade na palestra que proferiu ao grupo de espíritos que a recebeu, despertou muita curiosidade no citado repórter do além, face à informação que colheu de outros amigos que ela habitava região trevosa há mais de 50 anos. Ele não perdeu oportunidade de indagar a razão de, apesar do estágio superior já alcançado, permanecer na sofrida região do plano espiritual.

A comovente história está no capítulo 12 do livro “Fé e Vida” (edição conjunta FEB/CEU), ditado por espíritos diversos na psicografia de Chico Xavier e foi lançado em 2014, cujo texto integral do citado capítulo também pode ser encontrado na net com o título *“A nobre Diana”*.

O texto é reflexivo e comovente, e fica impossível aqui detalhar nas valiosas conside
rações morais contidas nos diálogos entre os dois espíritos. Até porque a leitura integral propiciará grande reflexão ao leitor, ainda que por curiosidade ou melhor ainda por pesquisa. Em síntese, porém, na história das próprias experiências como mulher em várias existências, deixou-se dominar: *pelo egoísmo, pelo ciúme e pela vaidade, que qualifica como o trio maldito,* que ainda habita o coração humano e que tanto a dominou, trazendo-lhe imenso sofrimento durante larga escala de tempo. E sua conclusão é que só conseguiu livrar-se do pernicioso trio causador de tanto sofrimento e angústias, após aceitar receber como filhos na carne, em dolorosa experiência, quatro espíritos em grande necessidade expiatória.

E por gratidão a esses irmãos sofredores que se situam na treva consciencial, demorando-se em regiões trevosas do mundo espiritual, é que permanece junto a eles, auxiliando-os igualmente a se livrarem desse trio maldito, conforme expressão usada por ela mesma, pois conforme concluiu a Irmão X foi por meio deles que libertou-se do ciúme, da vaidade, do egoísmo. Trazendo a reflexão para os nossos dias, vemos os desdobramentos desse malfadado trio – o ciúme, a vaidade, o egoísmo –, causadores e responsáveis por tantas aflições e dificuldades que tornam a vida difícil.

Não precisamos deles, podemos dispensá-los, demití-los de nossa intimidade, substituindo-os pelo amor, pelo altruísmo, pela abnegação, pela renúncia, pela bondade, pela disposição de servir.

Considere o leitor: o mundo está como está por força de domínio desse maldito trio.
Somos convidados a alterar essa triste realidade. Motivos, perspectivas, orientações, modelos, é que não faltam…

 Site: Portal do Espírito

sábado, 4 de janeiro de 2020

O Livro dos Espíritos - Da Reencarnação (Perguntas 166 a 170)

166. A alma que não atingiu a perfeição durante a vida corpórea, como acaba de depurar-se?
— Submetendo- se a prova de uma nova existência.

166- a. Como realiza ela essa nova existência? Pela sua transformação como Espírito?
— Ao se depurar, a alma sofre sem dúvida uma transformação, mas para isso necessita da prova da vida corpórea.

166- b. A alma tem muitas existências corpóreas?
— Sim. todos nós temos muitas existências. Os que dizem o contrário querem manter-vos na ignorância em que eles mesmos se encontram esse é o seu desejo.

166- c. Parece resultar, desse princípio, que após ter deixado o corpo a alma toma outro. Dito de outra maneira, que ela se reencarna em novo corpo. É assim que se deve entender?
— É evidente.

167. Qual é a finalidade da reencarnação?
— Expiação, melhoramento progressivo da humanidade. Sem o que, onde estaria a justiça?

168. O número das existências corpóreas é limitado, ou o Espírito se reencarna perpetuamente?
— A cada nova existência o Espírito dá um passo na senda do progresso quando se despojou de todas as suas impurezas, não precisa mais das provas da vida corpórea.

169. O número das encarnações é o mesmo para todos os Espíritos?
— Não. Aquele que avança rapidamente poupa-se das provas. Não obstante, as encarnações sucessivas são sempre muito numerosas, porque o progresso é quase infinito.

170. Em que se transforma o Espírito, depois da sua última encarnação?
— Espírito bem- aventurado, um Espírito puro.

Livro dos Espíritos - Conhecimento de si mesmo - Perguntas 919 e 919-a

919. Qual o meio prático mais eficaz para se melhorar nesta vida e resistir ao arrastamento do mal?
— Um sábio da Antiguidade vos disse: “Conhece-te a ti mesmo”.

919-a. Compreendemos toda a sabedoria dessa máxima, mas a dificuldade está precisamente em se conhecer a si próprio. Qual o meio de chegar a isso?
— Fazei o que eu fazia quando vivi na Terra: no fim de cada dia interrogava a minha consciência, passava em revista o que havia feito e me perguntava a mim mesmo se não tinha faltado ao cumprimento de algum dever, se ninguém teria tido motivo para se queixar de mim. Foi assim que cheguei a me conhecer e ver o que em mim necessitava de reforma. Aquele que todas as noites lembrasse todas as suas ações do dia, e, se perguntasse o que fez de bem ou de mal, pedindo a Deus e ao seu anjo guardião que o esclarecessem, adquiriria uma grande força para se aperfeiçoar, porque, acreditai-me, Deus o assistirá. Formulai, portanto, as vossas perguntas, indagai o que fizestes e com que fito agistes em determinada circunstância, se fizestes alguma coisa que censuraríeis nos outros, se praticastes uma ação que não ousaríeis confessar. Perguntai ainda isto:

Se aprouvesse a Deus chamar-me neste momento, ao entrar no mundo dos Espíritos, onde nada é oculto, teria eu de temer o olhar de alguém?

Examinai o que pudésseis ter feito contra Deus, depois contra o próximo e por fim contra vós mesmos. As respostas serão motivo de repouso para vossa consciência ou indicarão um mal que deve ser curado.

O conhecimento de si mesmo é portanto a chave do melhoramento individual. Mas, direis, como julgar a si mesmo? Não se terá a ilusão do amor-próprio, que atenua as faltas e as torna desculpáveis? O avaro se julga simplesmente econômico e previdente, o orgulhoso se considera tão somente cheio de dignidade. Tudo isso é muito certo, mas tendes um meio de controle que não vos pode enganar. Quando estais indecisos quanto ao valor de uma de vossas ações, perguntai como a qualificaríeis se tivesse sido praticada por outra pessoa. Se a censurardes em outros, ela não poderia ser mais legítima para vós, porque Deus não usa de duas medidas para a justiça. Procurai também saber o que pensam os outros e não negligencieis a opinião dos vossos inimigos, porque eles não têm nenhum interesse em disfarçar a verdade e geralmente Deus os colocou ao vosso lado como um espelho, para vos advertirem com mais franqueza do que o faria um amigo. Que aquele que tem a verdadeira vontade de se melhorar explore, portanto, a sua consciência, a fim de arrancar dali as más tendências como arranca as ervas daninhas do seu jardim; que faça o balanço da sua jornada moral como o negociante o faz dos seus lucros e perdas, e eu vos asseguro que o primeiro será mais proveitoso que o outro. Se ele puder dizer que a sua jornada foi boa, pode dormir em paz e esperar sem temor o despertar na outra vida.
Formulai, portanto, perguntas claras e precisas e não temais multiplicá-las: pode-se muito bem consagrar alguns minutos à conquista da felicidade eterna. Não trabalhais todos os dias para ajuntar o que vos dê repouso na velhice? Esse repouso não é o objeto de todos os vossos desejos, o alvo que vos permite sofrer as fadigas e as privações passageiras? Pois bem: o que é esse repouso de alguns dias, perturbado pelas enfermidades do corpo, ao lado daquilo que aguarda o homem de bem? Isto não vale a pena de alguns esforços? Sei que muitos dizem que o presente é positivo e o futuro incerto. Ora, aí está, precisamente, o pensamento que fomos encarregados de destruir em vossas mentes, pois desejamos fazer-vos compreender esse futuro de maneira a que nenhuma dúvida possa restar em vossa alma. Foi por isso que chamamos primeiro a vossa atenção para os fenômenos da Natureza que vos tocam os sentidos e depois vos demos instruções que cada um de vós tem o dever de difundir. Foi com esse propósito que ditamos O Livro dos Espíritos.
SANTO AGOSTINHO
Comentário de Kardec: Muitas faltas que cometemos nos passam despercebidas. Se, com efeito, seguindo o conselho de Santo Agostinho, interrogássemos mais frequentemente a nossa consciência, veríamos quantas vezes falimos sem disso nos apercebermos, por não perscrutarmos a natureza e o móvel dos nossos atos. A forma interrogativa tem alguma coisa de mais preciso do que uma máxima que em geral não aplicamos a nós mesmos. Ela exige respostas categóricas, por um sim ou um não, que não deixam lugar a alternativas: respostas que são outros tantos argumentos pessoais, pela soma das quais podemos computar a soma do bem e do mal que existe em nós.

ANTE O DIVÓRCIO - EMMANUEL

 Equilíbrio e respeito mútuo são as bases do trabalho de quantos se  propõem garantir a felicidade conjulgal, de vez que, repitamos, o lar ...