terça-feira, 18 de dezembro de 2018

A FORÇA DA GRATIDÃO


E se você acordasse amanhã só com o que você agradeceu hoje? Anônimo


Demorei a começar a escrever este capítulo, pensando na pergunta formulativa. Crio que você também deva ter sentindo o impacto da indagação, e, se você for como eu, chegou à amarga constatação de que amanhã acordaria com bem pouca coisas...

Há pouca gratidão em nossa vida! E encontrei alguns motivos para isso. O primeiro deles diz respeito à maneira pela qual a nossa mente foi aparelhada para aprender rapidamente com as experiência ruins, mas não tão rapidamente com as boas. Desse modo, damos mais importância aos problemas que nos ameaçam do que às coisas boas que nos acontecem.

A fala de gratidão é quase sempre uma falta de percepção nossa das inúmeras ocorrências positivas que nos felicitam todos os dias, principalmente daqueles acontecimentos diários que eu chamo de “pequenas felicidades”: o abraço de um filho,  a visão de uma árvore florida, voltar para casa depois de algum dia estafante, a visita de um amigo, o sorriso de uma criança, a palavra afetuosa de um familiar, ter uma cama para dormir, água para o banho, remédio para dor, música para sonhar, livros para voar e tantas outra pequenas felicidades que passam despercebidas por nós. Incorporar a gratidão como um hábito de vida faria com que sentíssemos o contentamento pelas coisas boas da vida, aumentando, indiscutivelmente, os níveis da nossa felicidade.

O outro motivo pela qual tendemos à ingratidão está ligado ao nosso egoísmo. Quem explica isso muito bem é o filósofo André Comte-Sponvilles:

 “O Egoísta pode regozijar-se em receber. Mas seu regojizo é seu bem, que ele guarda só para sí. Ou, se o mostra, é mais para fazer invejosos do que felizes: ele exibe o seu prazer, mas é o prazer dele. Já esqueceu que os outros têm algo a ver com isso. Que importância têm os outros? Por isso o egoísta é ingrato: não porque não goste de receber, mas porque não gosta de reconhecer o que deve a outrem, e a gratidão é esse reconhecimento...”


Nosso comportamento egoísta desconhece que, as retribuirmos nossa alegria em forma de gratidão, estamos, na verdade, somando alegrias, compartilhando felicidade, aumentando o próprio prazer, o que, inevitavelmente, fará com que a nossa sensação de bem-estar se amplie consideravelmente. Ser mais generoso e menos egocêntrico favorece a prática da gratidão e, por consequência, passamos a ser pessoas mais felizes.

Gratidão e felicidade são como irmãs que jamais se separam. Uma não vive sem a outra e uma engorda a outra. Quando dou atenção ao que corre bem comigo e sou grato por isso, sou invadido por uma sensação de felicidade. Sinto-me abençoado pela vida e, por consequência, a vida me abençoará mais ainda. Foi Jesus que disse isso:

 “A todo aquele que tem, será dado mais, e terá em abundância.”

A prática da gratidão nos faz ver o que temos e nos sentimos felizes por isso, o que gera dois grandes benefícios:
 a) satisfação emocional pelos aspectos positivos da nossa vida:\
 b) sintonia com a lei espiritual da abundância, abrindo-nos as portas para novas bênçãos, pelo estado de positividade em que a gratidão nos coloca.

A ingratidão, porém, tem o efeito inverso: nos deixa com o ânimo abatido pela sensação de desventura, quando não revoltados com o mundo, gerando infelicidade e uma energia espiritual negativa, que gera mais carência ainda. Novamente, é Jesus quem diz: “Mas daquele que não tem, até o que tem lhe será tirado.”O que não tem é o que não enxerga o que tem e muito menos se alegra com o que tem!

Tomara que amanhã a gente acorde com todas essas coisas boas que vamos passar a agradecer a partir de agora!

José Carlo de Lucca – Livro pensamentos que ajudam

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