quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

LIMPAR A FONTE

NÃO É A SUA VIDA QUE VAI MAL. É A SUA ALMA - Rubens Alves(1)
O mundo exterior é um reflexo do nosso mundo interior.
O corpo é reflexo da alma, as nossas doenças falam mais de nós mesmos do que qualquer outro discurso. Nosso equívoco é querer consertar por fora o que está errado por dentro. Queremos mudar a vida sem mudar a nós mesmos. Nós somos a causa de quase tudo o que ocorre em nossa vida. Somos a origem do bem ou do mal que está conosco. Certamente, não é muito agradável admitir isso, porque será sempre mais cômodo culpar os outros. Todavia, não assumir a própria responsabilidade pelo que nos leva ao crescimento a que a vida nos instiga, através dos incômodos chamados "problemas".

Disse Jesus "Conheceremos a verdade e a verdade vos libertará(2). Qual seria a verdade sobre o nosso sofrimento? Cada um deve se fazer essa pergunta e respondê-la com toda a honestidade. Os verdadeiros males procedem do coração, isso quer dizer, o mal vem do nosso mundo íntimo e contamina toda a nossa vida. Tomar consciência do que vai mal dentro da gente é o  primeiro passo para as grandes transformações!

o coração é a fonte da vida, e a nossa fonte pode estar contaminada pela raiva, medo, ou tristeza. Essas três emoções básicas afetam todos os níveis da nossa existência, desde a nossa saúde, os nossos relacionamentos e até a nossa prosperidade. Por isso, interpretando o Rubens, quando a nossa alma vai mal, a nossa vida vai junto.

Precisamos limpar a fonte! Procuremos entender o que estamos sentindo. Por que estamos tristes? De onde vem o medo? Por que essa raiva? Acolhamos esses sentimentos com aceitação, sem combate. Entendamos que eles estão mostrando algo de nós, algo que não vai bem, a fim de que nos conheçamos melhor e possamos tratar nossas feridas.

Se nos sentimos feridos interiormente, por certo, não estamos felizes, e acabaremos ferindo os outros também e sendo vítimas de novos ataques. O que cura um ferimento emocional é o amor. O amor cicatriza feridas, porque aquele que ama não se agrede, não é cruel consigo e nem se abandona. O amor nos estimula a tomarmos conta de nós mesmos, não ficando 1a mercê da comiseração alheia ou da maldade dos outros. Como diz William Shakespeare, em Henrique V: 'O amor por si mesmo, meu soberano, não é um pecado tão vil quanto a auto negligência." Não raras vezes, estamos sendo negligentes, ao permitirmos que sentimentos tão ruins permaneçam indefinidamente conosco, estragando a nossa vida. Sem meias palavras, isso é falta de amor para com nós mesmos!

Amar é crescer, limpar as feridas inevitáveis da vida, e seguir em frente, na construção de um "eu" melhor.

Assim, a alma fica bem, e a vida, ainda melhor!

(1)Concerto para o corpo e alma, Papirus
(2) João 8,32

José Carlos de Lucca
Livro Pensamentos que Ajudam

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