quinta-feira, 15 de novembro de 2018



Você já teve a curiosidade de se perguntar se o mundo está melhorando ou piorando? Às vezes, quando assistimos aos noticiários ou observamos informações que nos chegam através das redes sociais, temos a impressão de que o mundo está piorando. A sensação é de que houve um aumento da guerra, da violência, do desrespeito e da intolerância religiosa.

Enfim, eu também pensava sobre essas questões. Comecei a tentar observá-las além do que a mídia veicula para que pudesse analisa-las de uma forma mais serena. Recebi o e-mail de um amigo que dizia: “Rossandro, se você tiver paciência, eu gostaria de indicar um livro para você ler”. Eu me perguntei: “Por que será que ele me pediu paciência?”. Depois que comprei o livro, eu percebi o porquê: são quase duas mil páginas! Trata-se do livro Os anjos bons da nossa natureza: por que a violência diminui.

Falo muito desse livro nas minhas palestras, e as pessoas me fazem perguntas sobre ele. É um livro publicado pela editora Companhia das Letras, escrito por um psicólogo canadense chamado Steven Pinker e recomendado por Bill Gates, pelas revistas The Econonist, The Guardian e pelo The New York Times como um livro que não se pode deixar de ler.

Nesse livro, o autor faz uma análise histórica profunda dos indicadores de violência tendo por base um período de dez mil anos. Ele lançou a seguinte pergunta para pesquisadores de universidades do mundo inteiro: “O mundo melhora ou piora?”. 

Depois de décadas de análise, Pinker chegou à conclusão, através de um intenso aparato estatístico, de que o mundo só melhora, apesar da nossa sensação de que é exatamente o contrário. No entanto, o autor explica de onde vem essa sensação.

Primeiramente, o que dá ibope? Notícias ruins. O que acontece com os noticiários às segundas-feiras?
Eles cobrem todas as pessoas que foram assassinadas, os crimes violentos, os assaltos que ocorreram durante o final de semana. Ninguém vai noticiar que, nesse mesmo final de semana, pessoas foram distribuir sopa para moradores de rua; aos asilos, para visitar idosos; aos hospitais, para cantar para os doentes; pessoas que estão querendo um mundo melhor.

Tudo depende de que modo queremos enxergar o mundo, defende o autor. Se recortarmos apenas as más notícias veremos um mundo deprimente, genocida, com terrorismo como um período que, pelos padrões da história, é abençoado com níveis sem precedentes de coexistências pacíficas.

Na verdade, existe um ibope para o mal. As pessoas têm a tendência a observar e a dar mais ênfase àquilo que é ruim. Vou dar um exemplo que você entenderá bem em sua vida: você vai trabalhar na segunda-feira. Há cinquenta pessoas no ambiente de trabalho, ou dez, ou vinte, enfim. Porém, existe uma pessoa com quem você não simpatiza por ter tido um conflito com ela. De quem você está se lembrando no domingo à noite? Daquela pessoa chata. Apesar de haver várias pessoas legais no ambiente de trabalho, você vais se concentrar exatamente naquele seu desafeto. Assim é a vida.
Nós damos ênfase muito grande aos mal. Quando observamos o caso de uma filha que mata a própria mãe ou um pai que mata a própria filha, nos chocamos, concebendo isso como baixeza, nós devemos perceber que finalmente nos espantamos com algo que no passado era natural. Mulheres e crianças eram abusadas, violentadas sem indignação de quase ninguém. Hoje, existe o conselho do direito das mulheres, dos idosos, das crianças. Existe uma sociedade que age. Existe o espanto, que revela evolução.

Portanto, não nos fixemos apenas nas noticias ruins. Não amanheçamos numa segunda-feira ouvindo tudo de ruim que aconteceu nas grandes cidades. Vamos tentar ver e ser aquele que age em prol de um mundo melhor. Vamos tentar ir além construindo novas perspectivas, acreditando na esperança, sendo um agente da construção da paz.

 Livro Eu Escolho ser Feliz de Rossandro Klinjey - Ed; letra mais – cap. 7.


Rossandro Klinjey reside em Campina Grande/Paraiba, é Psicologo Clinico, Mestrado em Saúde Coletiva, especializado nas áreas de Recursos Humanos e Gestão de Pessoas, Professor da Faculdade FACISA e participa da ONG Campina Espírita.

Participa ativamente do movimento Espírita como palestrante internacional e em todo Brasil desde 1989, membro da SEJA Sociedade Espírita Joanna de Angelis e Colunista do Paraíba Online. 

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