Não intentes transformar a ninguém pela força – Emmanuel(1)
Milhares de criaturas humanas padecem e tombam invigilantes sob o influxo dominador e devastador do materialismo e das ilusões fáceis, sem cogitarem portanto, de amealharem enobrecedores e imperecíveis valores intelecto-morais par ao Espírito eterno, demorando nos interesses materiais e dos prazeres fugazes das sensações físicas. Outros tantos, não obstante o sincero devotamento e a fé que professam, trazem arraigados os atavismos das ideias preconcebidas e preconceituosas com relação a outras denominações religiosas e fisiológicas. Contudo, violar a liberdade de consciência e pensamento daqueles que não comungam as mesmas aspirações e ideais, intentando transforma-los pela força, é presunção e desrespeito ao clima de evolução ao qual estagiam, como sabiamente nos elucida o Espírito do Dr. Bezerra de Menezes no trecho de uma obra (2)
(...) respeitável, portanto, toda expressão de fé dignificadora em qualquer campo do comportamento humano (...)
sendo mesmo inoportuno e contraproducente, irrompermos a luz sem que os olhos estejam habituados a claridade. Allan Kardec nos aclara nesse sentido (3)
(...) Jesus promete um outro consolador: O Espírito de Verdade, que o mundo não conhece ainda, porque não está maduro para compreendê-lo (...)
Noutra palavras, o aprendizado é gradativo ao conhecimento adquirido, do contrário, redundará em equívocos e falsas interpretações quanto a letra que mata sem que o Espírito vivifique. Sem a acidez da censura e do reproche contumaz, auxiliemos o próximo onde for e quanto pudermos, na amorosa proposta do Querido Mestre aos nossos corações (4)
“Se alguém deseja seguir-me. Neguem-se a si mesmos, tome a sua cruz e me acompanhe”.
O excelso convite, porém, não propõe abandonarmos nossas crenças e convicções íntimas; privando-nos do bem-estar, da segurança e conquistas materiais facultadas pelas leis de trabalho e progresso; mas, consoante à recomendação Paulina na epístola aos Efésios (5),
despir-se do homem velho para revestir-se do homem novo, não tem sido tarefa simples, demandando perseverante e dedicado esforço na superação de nossas concepções e viciações de vidas transatas. Basta recordemos o belo e singular episódio evangélico, transcorrido em Betânia, aldeia da antiga Judéia, por ocasião da chegada do Mestre a casa de Marta e Maria, identificando naquele instante com profunda ternura, compreensão e paciência, a distância espiritual revelada entre ambas as irmãs. Quantos na posição de Marta, não se debatem inquietas e preocupadas no mundo, desatentas e indiferentes aos princípios de renovação e auto iluminação, sem vivenciarem a melhor parte que coube a Maria? Asseverou o Divino Amigo (6)
“Conhecereis a verdade e a verdade vos liberará”.
Todavia, lembrando a maneira de pequena semente a reclamar tempo adequado de germinação, floração e produção de frutos sazonados, a mente humana, quando limitada ou vibrando noutras faixas de entendimento, necessitara igualmente da paciência que espera e da tolerância que suporta pelo o amor que exemplifica.
Marildo Campos Brito
1 – Busca e Acharás – Francismco C.Xavier – cap 48
2- Loucuras e Obsessão – Divaldo P. Franco – cap 25 pag 318
3- O Evangelho Segundo o Espiritismo – cap VI pag 74
4- Novo Testamento – Mateus 16:24
5- Novo Testamento – Efésios 4: 22 a 24
6- Novo Testamento – João 8: 32
Texto extraído do jornal Tribuno do Espiritismo março/2018
institutocairbarschutel.org/wp-content/uploads/2018/02/tribuna_marco18.pdf
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