... E o comentarista do Natal rematou a formosa alocução, com este apontamento significativo:
– Pois é, meus amigos!... Entre os homens e Jesus existem correlações que não será lícito olvidar...
E prosseguiu, sereno:
– Quando se mostram ainda ignorantes de qualquer ensinamento dele, é evidente que a animalidade primitivista lhes prepondera na formação...
– Quando dizem que a história do Senhor é simples balela, conquanto lhe conheçam os fundamentos, desejam tão só rechaçá-lo de suas existências, a fim de que não se vejam incomodados na viciação a que se afeiçoam...
– Quando afirmam que a intimidade do Eterno Benfeitor é privilégio da organização religiosa a que pertençam, querem segregá-lo no círculo de seus caprichos estreitos...
– Quando perdem a veneração pelo Arauto das Verdades Eternas, é porque fogem de conservar o respeito a sim mesmos, nos compromissos que assumem...
– Quando asseveram que o Cristo é uma criatura vulgar, à feição de qualquer outra que haja passado pelo crivo da Terra, pretendem apresentar a si próprios na suposta condição de pessoas iguais ao Cristo...
– Quando propalam que o Senhor está superado, em suas instruções para a vida espiritual, é que aspiram a inclinar os corações que os ouvem a partilhar-lhes a irresponsabilidade ou a rebeldia...
– Quando se queixam de que o Divino Mestre não lhes atende as petições, é que anseiam quebrar as leis que nos regem, na estulta presunção de se imporem a ele...
– Quando sabem quem é Jesus e lhe negam autoridade para comandar-lhes a vida, são menores de espíritos, transitoriamente acomodados no distrito dos preconceitos...
Ante a pausa que se fez natural, abeirou-se um companheiro e inquiriu:
– Caro mentor, podemos conhecer os homens que estejam em caminho certo?
O venerando amigo replicou, sem pestanejar:
– Recordemos as palavras do próprio Mensageiro Angélico, ao dizer-nos, imperturbável:
“Se alguém quiser vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me...”. Os que transitam na estrada real da redenção revelam-se por semelhante atitude, sem embargo da seita a que pertença...
Observando que as comemorações natalinas estavam prestes a terminar, foi, então, a minha vez de consultar o admirável expositor de doutrina, sobre quem desfechei a derradeira pergunta:
– Professor, como saber, do ponto de vista espiritual, qual é a posição de cada inteligência humana, diante do Enviado de Deus?
O interpelado fixou em mim os olhos sublimes, que pareciam traspassados de raios estelares, e pronunciou a última resposta, que transmito aos que porventura me leiam, à guisa de meditação para o Natal:
– Meu amigo, pergunte a cada homem e a cada mulher do seu caminho o que pensam do Cristo de Deus, e pelas afirmações pessoais que lhe derem, você reconhecerá, de pronto, em que situação íntima se encontra cada um deles, porquanto a nossa opinião individual sobre Nosso Senhor Jesus Cristo denota imediatamente a posição em que nos achamos, no território infinito da Vida Eterna.
Do livro Antologia Mediúnica do Natal, obra mediúnica psicografada por Francisco Cândido Xavier.
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